quinta-feira, 8 de março de 2007

Balada da Judite


Batem forte, fortemente,
como quem chama por mim.
Serão chuis? Será gente?
Gente não é, certamente
e os chuis não batem assim.

É talvez da Secretaria
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos alunos no caminho...

Quem bate, assim, fortemente,
com tão estranha firmeza,
que tanto se ouve e bem se sente?
Não são chuis, nem é gente,
nem a Leo com certeza.

Fui ver. A Judite batia
e a porta escura cedeu,
Levei um banho de água fria...
- Há quanto tempo a não via!
E nem saudades, Deus meu!

Olho-a através da vidraça.
Passou tudo a pente fino.
Passa gente e, quando passa,
os passos param com graça
na surpresa do caminho...

Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
duns pezitos de criança...

É o Shrek, coitadito...
a Judite deixa-me ainda vê-lo,
Estava completamente abatido,
depois, saiu cabisbaixo,
Devia ter levado no pelo!...

Que quem já é pecador
sofra tormentos, enfim!
Mas o Shrek, Senhor,
porque lhe dais tanta dor?!...
Porque padece assim?!...

E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Vem a Judite, cai a tristeza
-e cai no meu coração.

1 comentário:

Anónimo disse...

Será que o Shrek já mudou de cor?
Com esra balada já deve ser verde vómito.