sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Tesourinhos Deprimentes

O texto que de seguida apresentamos foi originalmente publicado aqui:

Síndrome do Calimero

Estranho, muito mesmo, a capacidade corporativa de alguns subgrupos que assentam num somatório pouco claro de interesses pessoais evidentes, em aceitar, de forma passiva, a intervenção individual, sempre politicamente dirigida no sentido da manutenção da sua vontade e de forma cirúrgica, impressionante, aos olhos dos menos atentos, estas pessoas gostam de desferir ataques à esquerda e à direita, acima e abaixo. Esta gente parece que não dorme. Parece que pensa de noite o que fazer de dia, pela má língua, pela distorção, pela intoxicação da opinião pública.Paradoxalmente, são os mesmos que, por dá cá aquela palha, gritam por socorro que lhes estão a bater. Aqueles em que a vitimização é o objectivo, o fim e a estratégia continuada. Tão mal tratados que eles são, coitados deles. Tão difícil que deve ser a sua pobre vida, de volta das pedras, das coisas, dos caminhos espinhosos, do mercado agressivo e concorrencial das vendas. Arvorar a bandeira em riste, pressupostamente em defesa de um grupo, mas na realidade como forma de vingança pessoal, não pode colher o nosso apoio, não é compreensível. Que o avental determina a vida e o rumo dela para alguns, quase todos sabemos. Que as pedras, quando se juntam, formam montanhas, todos aprendemos na geologia, da mesma forma que aprendemos na vida que, quando estão soltas, só estorvam.Que a política, sobretudo para os que dela fizeram profissão em partidos, condiciona a vida, é um fado que alguns carregam sem conseguir afastar os fantasmas pesados do passado. Que a afirmação gratuita, falsa, ligeira e pouco informada é mais fácil e dá mais resultados imediatos nas mesas de café, é um facto sem apelo. Por todas ou por uma das razões, dependendo do seu peso no prato da balança, alguns se juntam e verberam pela sua inocência, facto quase sempre indiciador de alguma culpa.Dizem-nos serem poderosos, porque se movimentam bem nos números das contas bancárias e, por isso, se sentem impunes à crítica. Mas que é isto! Impunes, porquê? Não pode ficar impune quem faz profissão de fé nas afirmações, que nunca batem certo com os comportamentos que se lhes seguem. De utilizarem argumentos que não colhem, por serem deliberadamente distorcidos na sua origem. Haja bom senso.Haja responsabilidade e fundamentalmente, haja maturidade, sob pena dos pequenos olharem para cima e não verem bons exemplos nos adultos e ficarem na dúvida da qualidade da sociedade em que estão a crescer. Com tudo isto, parece que passam a vida a enfiar a casca de ovo do Calimero na cabeça e a dizer, assumindo o síndrome do pintainho: “It’s an injustice, it is!”. A verdade é que, com estes comportamentos, passamos a vida a colocar pomada para a urticária que esta gente provoca. Este é um texto para os que sabem o que é a falta de elegância no trato, a indelicadeza na forma e manipulação da opinião pública que norteia o seu comportamento. Para os outros, é só mais um escrito semanal que agradeço tenham lido.

Lídio Lopes

Que evolução ao longo dos últimos 4 anos! Formação superior, companhia de nível… Hoje o autor deste belo texto já passou de adversário do avental a sua parte integrante, como a vida muda, como é lindo ver a ascensão social… O que escreveria o autor agora sobre este tema? É que as banalidades publicadas actualmente no JN não chegam à profundidade e capacidade subliminar desta prosa…

5 comentários:

Anónimo disse...

Sublinho, com a devida vénia ao autor da prosa, as seguintes passagens:

- «Mas que é isto! Impunes, porquê?»

- «Por todas ou por uma das razões, dependendo do seu peso no prato da balança, alguns se juntam e verberam pela sua inocência, facto quase sempre indiciador de alguma culpa.»

Adorei a expressão "it's an injustice, it is!". Aqui, tem que ser desculpado, porque na data em que escreveu, ainda não tinha ido reciclar o inglês para os States, perdão, para a internet. Ou será também aluno de inglês técnico?

Como se diz em inglês "it's not fair! I don´t have the damm party keys yet!"

Ou será, "it's an injustice!" ora bolas... este inglês técnico baralha-me...

Anónimo disse...

Realmente este E-Dr. devia ter um espelho à sua frente quando escreveu tão sublime prosa!!! Sublinho especialmente a passagem "...a capacidade corporativa de alguns subgrupos que assentam num somatório pouco claro de interesses pessoais evidentes, em aceitar, de forma passiva, a intervenção individual, sempre politicamente dirigida no sentido da manutenção da sua vontade..."

"Que a política, sobretudo para os que dela fizeram profissão em partidos, condiciona a vida, é um fado que alguns carregam sem conseguir afastar os fantasmas pesados do passado..."

Só dá mesmo para o próprio reflectir

Anónimo disse...

oh oh grandes novidades o e-dr s. bernardo agora parte integrante do avental!!! ahhaahah

Anónimo disse...

Estas politiquices não tem piada nenhuma, prefiro ler aquela parte em que vocês dizem mal daquela entidade que já vos deu de comer. Ao menos assim quando me lembro da vossa cara dá-me para rir, muito embora ache pouco fino para pessoas do jet set a ingratidão que demonstram ao morderem a mão de quem vos alimentou, mas admiro a vossa coragem pois mesmo com o rabo trilhado cavam uma "sepultura" na qual podem cair. As politiquices são boas enquanto duram, toda a gente sabe das regalias que essa gente se presenteia, depois há aqueles que tem mau perder e fazem estas figuras de dôr de corno, se têm inveja façam como todos os politicos, mas aqui não ganham nada e tinha mais piada quando não falavam neste, é que guardavam a vossa inspiração para mentiras bem mais cómicas.

Anónimo disse...

o discurso resumido o que diz nada, pura demagogia, nem para flosofar serve, dele só se aproveita a assinatuta.